quarta-feira, 22 de abril de 2020

Panteão Clânico - deusas amigas: a deusa Frigga

Os textos dessa série serão escritos sempre pelo nosso druida, Ávillys d'Avalon, e assim trazem as percepções, estudos e compreensões do druida e de nossas práticas clânicas, muitas vezes com um caráter profundo de gnose pessoal, ou seja, não dependendo muito de referências bibliográficas específicas. Muitas das bibliografias sobre os deuses celtas são profundamente pessoais e subjetivas já que os druidas do passado não nos deixaram efetivamente nenhum texto escrito ou orientação fundamental.

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Por Pen Draig, Túa Airgid.

Frigga, “a Amada”, é a esposa de Odin, e, portanto, rainha dos deuses celestes Aesir. Longe de uma figura de enfeite, Frigga tem grande importância em Asgard, sendo uma doadora de autoridade, aconselhando seu esposo e auxiliando os grandes heróis que são dignos de sua benção. Como se diz, Odin aconselha os Reis, mas quem os escolhe é Frigga. Era vista como a esposa exemplar, fiel, honrada e sábia. Seu palácio chama-se Fensalir, os “Salões do Mar” e sua carruagem é puxada por dois carneiros.

Filha de uma giganta da Terra, e irmã de Thor, Frigga possui a sabedoria telúrica; é mãe de Bragi, Hermod, Hodr, Idunna e Baldur, esse último tendo sido morto mesmo com grande esforço de sua mãe para protegê-lo, dando início ao Ragnarok.

Frigga é protetora das tecelãs, e com seu fuso de fiar dourado tece as nuvens e os fios do Wyrd (Destino), do qual conhece todos os mistérios, mas nada revela, tendo assim o dom da profecia e dos conhecimentos psíquicos, mas guardando-os em silêncio. A deusa era invocada em partos, para a proteção de bebês, nos ritos de passagem femininos e nos casamentos, sendo uma divindade do amor familiar e matrimonial. Protege também nossos lares e a vida em comunidade como um todo, sendo reverenciada como Grande Mãe dos povos germânicos.

A deusa é descrita como uma mulher madura e muito bonita, com cabelos prateados e tranças douradas, usando um manto azul bordado e as vezes um manto de penas de falcão quando saia para viajar pelo mundo, além disso, tinha grande apreço por jóias. Era ainda acompanhada por doze donzelas, que a auxiliavam. Essas companheiras podem ser vistas como entidades separadas ou como arquétipos da própria Frigga, representando diferentes facetas da psique feminina.


Algumas Associações:
  • – Elementos: ar, água (névoa, nuvens).
  • – Totens: carneiro, garça, coruja, falcão, cegonha.
  • – Árvores: bétula, ameixeira, macieira.
  • – Cor: azul-claro, branco, cinza-prateado.
  • – Pedras: âmbar, cristal, calcedônia, safira.
  • – Metais: ouro, cobre.
  • – Símbolos: fuso de fiar, tear, chaves de casa, manto (céu estrelado), nuvens, lã, penas de falcão e garça, colar de ouro.
  • – Runas: Berkano, Fehu, Ansuz, Eiwahz, Laguz, Ingwaz, Perthro.
  • – Palavra-chave: percepção psíquica, silêncio.